5.6.08

Erro de tratamento


Eu sou favorável à aniquilação de qualquer tipo de preconceito. E por isso acho importante que a grande mídia exponha o tema, a fim de lembrar a todos, no final das contas, que o homem é igual ao homem, não importa se ele for mulher, homossexual, deficiente, negro ou muçulmano. Algumas vezes, entretanto, esse assunto é tão absurdamente mal abordado que, ao invés de ajudar, atrapalha. Perde o foco. É como a capa da revista Época dessa semana, a história dos militares gays. Que grande bobagem. É óbvio ululante que existem gays em todas as esferas da sociedade. É óbvio que em algumas instituições e organizações essa condição é mais aberta e tranqüila. Em outras, é tabu. Esse assunto render uma matéria de capa, como se fosse tendência ou coisa corriqueira, só serviu para expor uma organização que, cá entre nós, não precisa nem tem que falar sobre esse assunto. O Exército tem uma função bem definida socialmente. Levantar o tema do homossexualimo nesta esfera com tamanha exposição é tão desnecessário quanto a foto da capa. E pior, a Época cogitou colocar um beijo na capa. Sabe o que mais, deveriam ter posto. Estaria mais de acordo com a credibilidade da publicação. Lembro que uns anos atrás, a Veja abordou o tema, mas de uma forma bem mais pertinente, com a Ana Carolina na capa. Ao invés de tratar o assunto de forma a escandalizar ou banalizar, a Veja lembrou o quanto resolvida, bem sucedida e posicionada é a cantora. E o quanto o fato de ser homossexual assumida é só uma das características dela e de toda uma geração que já não enxerga de forma pejorativa as diferenças.

Um comentário:

RoVianna disse...

Agora, vamos ser sinceros: por que o ser humano ainda tem tanta curiosidade por assuntos milenares. Tabu em certas culturas, a homossexualidade é tão antiga quanto a criação do mundo. Escondida ou declarada, sempre esteve aqui perto da gente.
Esta semana conversei um pouco a respeito com meu cabelereiro (parece óbvio, mas não é). Ele está em uma situação de quase-normalidade social (já explico). Juntos há mais de dez anos, ele e o parceiro transitam naturalmente e sem afetação em qualquer lugar. Estão seguros, confiam um no outro e estão cagando para opiniões preconceituosas. Tem o apoio das famílias e dos amigos. Ponto.
E a quase-normalidade? É exatamente como qualquer cidadão hoje se sente. Quase-integrado, quase-participante, quase-seguro...
Optaram em sair de algumas comunidades virtuais por receberem ameaças de agressão, e por acreditarem que não tem mais necessidade de se afirmar em grupos.
Viva e deixe viver!!